domingo, 6 de fevereiro de 2011

A família Albino de Almeida Cyrino


"LUIZ DE ALMEIDA , faleceu em 1815 e diz em seu testamento ser morador em Queluz, natural de Viz da Ribeira, Coimbra. Filho de Braz Ferreira e de Dona Antônia de Almeida; foi casado com Páschoa Maria de Jesus, tendo deste casamento os seguintes filhos:
Custódia Luíza De São José; Anna Rosa; Thereza Florinda de São José; Januário Marcial de Almeida; Silvéria Senhoria de São Jo´se; Sebastião Castório; Silvério Joaquim de Almeida; Maria Eugênia; Manoel Albino de Almeida e Josepha Florinda.

Páschoa Maria de Jesus, mulher de Luiz de Almeida, era filha de Jerônimo da Costa Guimarãens, natural de Carijós, casado com Damiana de São José.
Páschoa Maria de Jesus era irmã de Joaquim da Costa Guimarãens, casado com Anna Thereza de Jesus, filha de Antônia Rita de Jesus Xavier, irmã de Tiradentes. Anna Thereza de Jesus era, portanto, sobrinha de Tiradentes.
Fonte: Genealogia dos Resende, de Oswaldo Resende, páginas 43 e 147.

Joaquim da Costa Guimarãens e João da Costa Guimarãens foram signatários da petição em que se pretendia a criação da Vila Real de Queluz.

Manoel Albino de Almeida - guarda-mor, disse em seu testamento, ser filho de Luiz de Almeida e de Páschoa Maria de Jesus e ser casado com Francisca Cândida Xavier de Noronha.

Manoel Albino de Almeida, nasceu em Carijós a 3 de agosto de 1774 e faleceu em 7 de maio de 1850. Casou-se com Francisca Cândida Xavier de Noronha, nascida em 6 de dezembro de 1785 e falecida em 12 de junho de 1847, sendo sepultada na Matriz de Queluz. Ele foi guarda-mor e Secretário da Câmara Municipal de Queluz.
Seus filhos foram: João Albino de Almeida, Bárbara Laurentina de Noronha, Maria Cândida, Francisco Balbino de Noronha Almeida, Romualdo José Noronha, José Justiniano de Noronha e Joaquim de Albino Almeida.
Joaquim era filho de criação de Manuel Albino de Almeida, nasceu em 29 de setembro de 1810 e casou-se em 1829 com Joana Felizberta de Jesus, filha de Theodósio Alves Cyrino. Seus filhos foram: João; Mathilde; Joaquim; José Albino de Alemdia Cyrino, Antônio, Herculano e Maria Joana.


CORONEL JOSÉ ALBINO DE ALMEIDA CYRINO

O coronel José Albino nasceu na cidade de Queluz de Minas, atual Conselheiro Lafaiete, no dia 19 de março de 1836 ou 17 de outubro de 1840 (Allex) e faleceu em 10 de novembro de 1902, sendo seus pais Joaquim Albino de Almeida e Joana Felizberta de Jesus.
Eram seus irmãos: Pedro, Joaquim, João, Maria Joana e Matilde. Seus irmãos João e Joaquim retiraram-se para a cidade de Campanha, sul de Minas, e alí constituíram família, não mais voltando a Queluz. Os demais viveram e faleceram em Queluz. Dos irmãos, somente o coronel José Albino usou o sobrenome “Cyrino”, talvez para diferenciar de outro de igual nome, ou para usar o da família “Alves Cyrino”, de Queluz.
O coronel José Albino ficou órfão de pai aos doze anos, assumindo corajosamente, com seu irmão mais velho, Pedro, as responsabilidades da casa, para sustentar sua mãe e seus irmãos menores.
Começou a trabalhar como guia de bois de carro, ganhando insignificante ordenado que entregava, intacto à sua mãe, para guardar para as necessidades da casa.
Assim, à força de muito trabalho e economia, conseguiu um pequeno capital com que iniciou sua carreira de comércio. Deus abençoou o seu trabalho honesto e o seu esforço, tornando-se, anos depois, o mais forte comerciante da cidade, com grande movimento de negócios.
No dia 27 de outubro de 1860, casou com dona Izabel Cândida de Souza, tendo ele a idade de 24 anos e ela 14. Ela era filha de José Dias de Souza e de Joana Cândida de Jesus.
Com o auxílio de Izabel, senhora trabalhadora e econômica, os seus bens foram aumentando progressivamente até que pasaram a pertencer-lhe todos os terrenos da capela de São João, Pinheiros, até perto do Barroso e daí aos Moinhos, além dos terrenos da Casa Branca, Canavial e Água Preta, com muitos alqueires. Nesses terrenos, devidamente aproveitados, prosperavam a lavoura de cereais e criação de animais, que lhes proporcionavam anualmente, um número regular de produção para a venda. Ao mesmo tempo, adquiria e construía casas na cidade, como o prédio do Hotel Meridional, bem como um grande armazém que existia no terreno fronteiro ao Hotel, destinado ao depósito de cargas que recebia em consignação e remetia para as localidades não servidas pela estrada de ferro.
As populações pobres dos arredores tiveram no coronel José Albino, um verdadeiro benemérito. Elas plantavam em suas terras, criavam em seus campos, retiravam lenha em seus matos. Qualquer pessoa, por mais humilde que fosse, tinha sempre um crédito aberto em sua casa de comércio, cujos livros mostravam tudo isso.
No ano de 1886 fez ele doação de uma área de terrenos para construção de um cemitério municipal, que até aquela época não existia na cidade. Os sepultamentos eram feitos sob o assoalho da Igreja e no adro, ao redor dela.
O ano de 1887 foi profundamente triste para o Cel. José Albino, pois, em 6 de janeiro, falecia , quase repentinamente, seu filho Adolfo, rapaz de 21 anos, trabalhador, seu auxiliar nos serviços do comércio e da lavoura e em 10 de setembro, quando se achava em Congonhas, assistindo as festas de Jubileu, falecia repentinamente, sua esposa: D. Izabel Cândida de Souza. Em curto espaço de tempo, sofreu dois golpes que feriram intensamente o seu coração de bom pai e bom esposo.
Homem de espírito forte e resignado, seguiu, entretanto, o seu labor insano para criar e educar os filhos, então órfãos de mãe, alguns ainda em tenra idade.
Além disso, amparava suas irmãs viúvas e carregadas de filhos, auxiliando-as no sustento.
Em 19 de julho de 1890, o Cel. José Albino contraiu segundas núpcias com D. Emília Augusta Baêta, senhora dedicada ao lar e que muito ajudou na criação e educação dos filhos menores, mantendo com os seus enteados, durante toda sua existência, relação de mútua amizade.
Como bom cidadão não escapou às boas contigências da política, filiando-se ao Partido Liberal, de que era um dos mais prestigiosos elementos do município.
Tomou parte em renhidos pleitos eleitorais, tendo sido presidente na penúltima Câmara Municipal de Queluz (1872), que funcionou sob o regime imperial, e cujo mandato terminou em janeiro de 1887.
Em 17 de junho de 1890, já sob o regime republicano, foi nomeado por ato do governador do Estado, para integrar a Intendência Municipal, nova denominação da entidade administrativa, composta de seis membros, e que substituiu a Câmara, terminando o mandato no dia 7 de março de 1892, quando se empossou a nova Câmara eleita a 30 de janeiro do mesmo ano.
Com a queda do Partido Liberal, afastou-se das lutas partidárias por alguns anos, só voltando a elas em 1900, como candidato a vereador geral.
Nessa ocasião, deu-se a dualidade da Câmara, no município, sendo ele, pelo volume da votação, reconhecido pelas duas correntes adversas.
A vida inteira do coronel José Albino foi dedicada ao trabalho honesto e à família, a que devotava uma afeição e um zêlo nunca excedidos por ninguém.
Formaram-se em direito, três de seus filhos, em Farmácia, um, e os outros, não querendo seguir a carreira de letras, dedicaram-se a outras atividades.
Suas filhas, foram educadas dentro dos princípios da moral rigorosa e sã.
Possuíam a cultura intelectual necessária ao convívio social e todas, tendo conhecimento de música, tocavam piano: instrumento a que se dedicavam geralmente as moças daquele tempo.
Em dezembro de 1911, a Câmara Municipal, em homenagem ao coronel José Albino, deu o seu nome a uma das ruas da cidade, e recentemente, ao ensejo do centenário do cemitério, colocou naquele local uma placa comemorativa, lembrando-o como seu doador e benfeitor.
Concluindo, pode-se dizer que o coronel José Albino de Almeida Cyrino, popularmente chamado por “Coronel Zéca Albino”, foi extraordinária figura do cenário político, social e comercial de Queluz.
A bondade de seu coração ele transmitiu a todos os seus filhos, formando uma família unida, digna e honrada.
O coronel José Albino faleceu na cidade de Queluz, no dia 10 de novembro de 1902, aos 66 anos de idade.



IZABEL CÂNDIDA DE SOUZA


Izabel Cândida de Souza, primeira esposa do coronel José Albino, nasceu em Queluz, no dia 4 de julho de 1846.
Era filha do Capitão José Dias de Souza e de D. Joana de Jesus de Souza, sendo ele chefe de numerosa e conceituada família.
Em 27 de outubro de 1860, quando tinha apenas 14 anos de idade, casou-se com o coronel José Albino e tornou-se então, auxiliar eficiente e trabalhadora de seu marido, para cuja prosperidade muito concorreu com seu esforço e dedicação.

Deu a seus filhos, aos quais transmitia todas as suas virtudes, uma apurada educação doméstica, muito concorrendo, pelo exemplo e ensinamentos, para a formação moral de todos eles.
Eram seus irmãos: Luiz Dias de Souza, Pedro Dias de Souza, Maria Dias de Souza, Joana de Souza e Maria José de Souza Seabra.

D Izabel Cândida faleceu na cidade de Congonhas, onde se encontrava para assistir às festas do Jubileu, no dia 10 setembro de 1887, aos 41 anos de idade.


FILHOS DO CASAL CORONEL JOSÉ ALBINO E IZABEL CÂNDIDA (PRIMEIRA ESPOSA)


1-Salatiel Albino de Almeida Cyrino
Nasceu em Queluz a 4 de novembro de 1862.
Formou-se em Direito pela Faculdade de São Paulo.
Como político era filiado ao Partido Liberal, que representou na Assembléia Provincial, como deputado pela circunscrição eleitoral a que pertencia Queluz, tendo tido atuação brilhante na Assembléia, dadas as suas qualidades de fluente orador.
Ingressou no jornalismo, foi redator oficial do partido em Ouro Preto e mais tarde do “Queluz de Minas”.
Abandonando a política, foi nomeado Juiz Municipal de Ponte Nova e depois de Piranga, passando posteriormente para Alto do Rio Doce.
Foi casado com D. Querubina Baêta Damasceno, deixando do seu consórcio os filhos: Jandira, Isabel, Carmelita, José e Antônio.

Faleceu na cidade de Alto Rio Doce, no dia 3 de novembro de 1914, aos 52 anos de idade.

2 – Alfredo Albino de Almeida Cyrino:
Nasceu em 15 de outubro de 1864.
Não tendo concluído os seus estudos, iniciados em Barbacena, dedicou-se então ao comércio e à lavoura, como principal auxiliar de seu pai, de quem foi, nesse míster, o verdadeiro braço direito, durante muitos anos.
Casou-se com sua prima, filha se seu tio Pedro Albino, Avelina Bernadina de Almeida, em quem encontrou uma esposa dedicada e trabalhadora.
Do seu consórcio, deixou os filhos: Artur, Valentim e Altair.

Faleceu a 21 de novembro de 1942, aos 60 anos de idade.

3 – Adolfo Albino de Almeida Cyrino (1º)
Nasceu a 6 de fevereiro de 1866.
Estudou em Congonhas do Campo e dedicou-se depois ao comércio e à lavoura.
Foi a primeira pessoa sepultada no cemitério local, cujo terreno foi doado pelo seu pai.

Faleceu a 6 de janeiro de 1887, aos 21 anos de idade, incompletos.

4 – Augusto Albino de Almeida Cyrino:
Nasceu a 24 de julho de 1867.
Formou-se em Direito pela Faculdade de São Paulo.
Foi, primeiramente, promotor de justiça de Piranga, depois de Ponte Nova, e finalmente de Cataguases, onde deixou o seu cargo para abrir escritório de advocacia.

Faleceu, prematuramente, em Queluz, em conseqüência de queda de um cavalo, a 7 de março de 1897, aos 29 anos de idade. Era solteiro.

5 – Américo Albino de Almeida Cyrino:
Nasceu a 30 de março de 1869.
Farmacêutico pela Escola de Farmácia de Ouro Preto.
Estabeleceu-se na cidade de Guaxupé, sul de Minas, onde residiu durante muitos anos.
Tomando parte na política daquele Município, alí exerceu cargos de representação popular.

Foi casado com D. Carmelita Guimarães de Almeida Cyrino, de cujo consórcio deixou os filhos: José, Almiro, Rute e Serafim.

Faleceu repentinamente, a 24 de fevereiro de 1926, com a idade de 57 anos.

6 – Olimpia (1ª dêsse nome):
Nasceu a 26 de janeiro de 1871 e faleceu a 13 de outubro do mesmo ano.

7 – Jovelina de Almeida Noronha:
Nasceu a 29 de junho de 1872.
Era a mais velha das filhas do Cel. José Albino.
Foi casada com Domiciano Euzébio de Noronha, que teve em sua esposa uma auxiliar dedicada e trabalhadora.
Deixou do seu consórcio os filhos: José, Otaviano, Hilda, Nair e Jair.
Faleceu a 16 de junho de 1911, aos 39 anos de idade.

8 – Josefina de Almeida Franco:
Nasceu a 2 de fevereiro de 1874.
Foi casada com João Lopes Teixeira Franco.
Era uma senhora de extremada dedicação aos seus, alma paciente, bondosa e resignada.
Deixou de seu consórcio os filhos: Judith, Isabel, Augusto, Maria, Ester, Floriano, João e Regina.
Faleceu em 4 de agosto de 1909 com 35 anos de idade.

9 – Artur Albino de Almeida Cyrino:
Nasceu a 30 de dezembro de 1875.
Fez seus primeiros estudos, em aula particular, ingressando depois na escola Militar do Rio de Janeiro e transferindo, em seguida, para a de Porto Alegre.
A vida militar, entretanto, não condizia com seu temperamento, mais propenso às questões de direito e justiça. Por isso, solicitou baixa do serviço do exército. Reiniciou seus estudos em São Paulo, onde recebeu o grau de bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais. Começou a carreira com escritório de advocacia em Queluz.
Depois foi nomeado Promotor de Justiça de Manhuaçu, onde chegou em uma ocasião de grande agitação política, a qual fez arrefecer, graças à sua prudência e serenidade.
Transferido para Caratinga, foi, em seguida, nomeado Juiz de Direito da mesma Comarca. Tempos depois foi removido para a Campanha e de lá para Uberaba, onde permaneceu até a sua promoção para Desembargador do Tribunal de Justiça, onde encerrou sua brilhante carreira, com merecida aposentadoria, depois de um longo período de serviços à causa do direito e da justiça.
Era casado com D. Angelina Ribeiro de Almeida Cyrino, em 27.12.1910.
(Fonte: Diário de Romeu Guimarães de Albuquerque).
Do seu consórcio nasceram os filhos: Cássio, Artur e Angelita.
Faleceu em Belo Horizonte, dia 10 de janeiro de 1950, aos 75 anos de idade.

10 – Artemísia de Almeida Ferreira :
Nasceu a 22 de julho de 1877.
Foi casada com José Hermógenes Ferreira, funcionário da Estrada de Ferro Central do Brasil.
Era exímia pianista e competente professora de piano.
Possuía o mesmo gênio paciente e bondoso de suas irmãs.
Do seu consórcio deixou os filhos: Zaida, Tágides e Maria Efigênia.
Faleceu a 15 de outubro de 1938, aos 61 anos de idade.

11 – Olympia de Almeida Lana (2ª do nome):
Nasceu a 17 de março de 1879.
Era casada com Avelino Dias Lana, que foi durante muitos anos o escrevente juramentado do Cartório de Orfãos de Queluz.
Essa criatura serena foi dedicadíssima na criação e educação de seus numerosos filhos.
De todos os seus irmãos foi a que teve vida de maior duração.
Por isso mesmo e pelo seu gênio alegre e acolhedor, foi a que mais conviveu com descendentes de seus pais.
Recebia, constantemente, a visita de seus sobrinhos moradores de Queluz, mantendo com eles relações de mútua estima e amizade.
Do seu consórcio, nasceram os filhos: José, Omar, Edmundo, Joana, Lauro, Izabel, Heloisa, Maria José, Oswaldo, Edith e Lygia.
Faleceu a 7 de fevereiro de 1965, aos 85 anos de idade.


12 - ADÉLIA IZABEL DE ALMEIDA ALBUQUERQUE

Nasceu em Queluz em 20 de fevereiro de 1882.
Batismo:
“Adélia, aos cinco de março de mil oito centos e oitenta e dois, nesta Matriz o Padre João Ferreira de Castro baptizou solenemente a Adélia nascida a 20 de fevereiro, filha legítima do Major José Albino de Almeida e D. Izabel Cândida de Souza.
Testemunhas: Dr. Francisco José Pereira Zebral e Dona Joanna Moreira Gandra. V.AA – TAIT – SON”.

Era a última filha do casal.
Ficou órfã de mãe aos 5 anos de idade, quando passou para os cuidados de suas irmãs mais velhas.
Criada e educada no tempo em que os serviços domésticos faziam parte da educação das moças, ela aprendeu todos e os fazia com eficiência. Por isso mesmo, uma boa dona de casa.
Era casada com Romeu Guimarães de Albuquerque.


FILHOS DO CASAL CORONEL JOSÉ ALBINO E EMÍLIA AUGUSTA BAÊTA (2ª ESPOSA)



1-Adolfo Albino de Almeida Cyrino (Dolfinho):
Nasceu a 27 de abil de 1891.
Dedicou-se ao comércio do ramo de papelaria e tipografia.
Fundou o Jornal “Correio da Semana” que durante muitos anos foi impresso nas oficinas de sua casa comercial.
Era casado com D. Guiomar Andrade de Almeida Cyrino e do seu consórcio nasceram os filhos:
Paládio, Anacreonte, Maria, Guiomar, Vera, Jandira, Marta e Adolfo Afonso.
Faleceu a 27 de novembro de 1951, aos 60 anos de idade.

2-Maria Augusta de Almeida Souza (Mariquinha):
Nasceu a 18 de agosto de 1892.
Não fugiu ao caminho seguido por suas irmãs, possuidora do mesmo gênio e das mesmas vitudes.
Era casada com Oscar Andrade Souza, funcionário da Estrada de Ferro Central do Brasil.
Do seu consórcio nasceram os filhos: Walter, Wilton e Augusto.
Faleceu a 19 de outubro de 1973 aos 81 anos de idade.

3-Sandoval Albino de Almeida Cyrino (Dondó):
Nasceu a 20 de junho de 1895.
A princípio foi comerciante e, depois, funcionário da Prefeitura Municipal.
Era casado com D. Isaura de Souza Damasceno, de cujo consórcio nasceram os filhos: Antônio, Maria, José e Daniel.
Faleceu a 19 de agosto de 1957, aos 57 anos de idade.
Nota do Autor:
Obtive uma cópia contendo 13 (treze) folhas datilografadas, por intermédio de meu primo Walter Andrade de Souza de onde extraí estes dados, resumidamente, de um trabalho de pesquisa e levantamento de autoria de Romeu Guimarães de Albuquerque, datado de 25 de agosto de 1946. Eis a cópia:
“Prezado Fúlvio,
Acrescentei outros dados extraídos do livro “Apontamentos para a História da Cidade de Conselheiro Lafaiéte (antiga Queluz de Minas)”, do mesmo autor.
Acrescentei também, datas de falecimento de minha mãe e de tios, posteriores ao ano de 1946, bem como nomes de alguns primos omitidos no original.
Fiz ligeiras alterações no texto, sem ferir, contudo, a memória do autor.
Louve-se o trabalho do saudoso Tio Romeu, que proporcionou a nós, membros da família “Albino de Almeida Cyrino”, uma visão de nossos antepassados.
Tio Romeu concluiu o trabalho com as seguintes palavras:
“Dou por terminado este trabalho.
Levei um ano, sete meses e dias a confeccioná-lo.
É verdade que, muitas vezes, ele ficou longo tempo atirado no fundo da minha gaveta à espera de uma informação ou de momentos de mais tranqüilidade para poder continuá-lo. Durante quase um ano, tive um filho na Itália, a combater contra alemães, tendo tomado parte dos mais sangrentos combates, como Montese, Monte Castelo e outros, vivendo assim meses de apreensões e incertezas.
É claro que nestas ocasiões eu naõ podia ter o espírito sossegado para realizar um serviço que exigia calma e ponderação.
Depois da volta, são e salvo, dissiparam-se as nuvens negras dos meus receios e eu pude concluir tranqüilamente o meu trabalho.
É possível que ele tenha falhas, que não notei.
Se alguém notar alguma, pode corrigí-la sem receio.
Agora só me resta colocar o ponto final no lugar que lhe compete.
Ei-lo.
Romeu Guimarães Albuquerque faleceu a 27 de outubro de 1968 aos 90 anos de idade.
Belo Horizonte, dezembro de 1987.
Oswaldo de Almeida Lana.”

ARTUR ALBINO DE ALMEIDA CYRINO (FILHO)

“Por ter sido, por ato do Sr. Governador Benedito Valadares, de 19 do corrente, nomeado desembargador do Tribunal da Relação do nosso Estado, perante o Sr. Desembargador Nísio Batista, tomou posse do elevado cargo o nosso culto conterrâneo, Dr. Artur Albino de Almeida Cyrino, que em diversas vezes nas nossas mais adiantadas cidades exerceu o cargo de Juiz de Direito e que ultimamente estava em exercício na cidade de Uberaba.
Como Juiz de Direito, o Dr. Artur Albino demonstrou sempre uma inteligência lúcida, capacidade inexcedível, conhecimentos jurídicos profundos e imparcialidade absoluta.
Dotes tão elevados e em tão alta dose valeram-lhe a estima e admiração dos habitantes das cidades onde serviu distribuindo justiça com admirável serenidade.
Rejubilamo-nos, pois, com a elevação ao cargo de desembargador desse nosso conterrâneo, ilustre e reto, que honra a nossa terra, de quem nos envaidecemos e a quem ora felicitamos.”
Extraído do Jornal “Correio da Semana” de Queluz, 4 de novembro 1939.



A FAMÍLIA ALBUQUERQUE



“Esta família procede de D. Afonso Teles de Menezes, povoador da Vila de Albuquerque, na Extremadura (Espanha), de onde se derivou este apelido a seus descendentes .”

D. Afonso Teles de Menezes, casou-se com Thereza Sanches, filha de D. Sancho I, rei de Castela; por diferenças com estes, passou-se a Portugal, onde o rei D. Diniz I, falecido a 1325, o fez Conde de Barcelos e seu mordomo-mór.
Sua filha, Thereza, senhora de Albuquerque, casou-se com Afonso Sanches, filho do rei D. Diniz.

Fontes: Revista Genealógica Brasileira, 1945, página 306. (Carrafa, V, 145) Anuário Genealógico Latino, p. 6 – vol I – Ano de 1919), por Salvador de Moya. Arquivo Genealógico Brasileiro VI, 213.


OS “ALBUQUERQUES” DE QUELUZ DE MINAS


FRANCISCO COELHO DA SILVA: Português, ocupou cargo de cabo de esquadra de Dragões de Guarnição de Minas Gerais, segundo Arquivo Histórico Ultramarino, encontrado no Arquivo Público Mineiro. Veio para o Brasil e fixou-se em Itaverava. Casou-se com Anna da Costa de Abreu, natural do Rio de Janeiro. Pais de Francisco Coelho de Albuquerque (Primeiro do nome).
Fonte: Arquivo Público Mineiro


FRANCISCO COELHO DE ALBUQUERQUE (primeiro do nome)

É natural da freguesia de Desterro de Campo Grande do Rio de Janeiro. Por volta de 1740, foi enviado como Capitão-mor de Ordenanças no Arraial de Santo Antônio de Itaverava, onde faleceu em 1780, com seu testamento solene, escrito em 14 de setembro de 1778.
Foi enterrado dentro da Matriz de Santo Antônio, acompanhado pelo vigário e vários sacerdotes.
Na Câmara Eclesiástica de Mariana, existe interessante documento de justificação que passamos a transcrevê-lo abaixo:
“Dizem o capitão Francisco Coelho de Albuquerque, natural da Freguezia do Desterro de Campo Grande do Rio de Janeiro, filho legítimo do sargento-mor Francisco Coelho da Silva e de dona Anna da Costa de Abreu, natural da freguezia do Recôncavo do Rio de Janeiro; e de dona Joana da Silva, natural da freguezia de Santo Antônio da Casa Branca, filha legítima do terceiro matrimônio do mesmo sagento-mor Francisco Coelho da Silva e de dona Teodósia da Silva Siqueira Rondon, natural da Freguezia da Casa Branca, filha legítima de Manuel de Siqueira Rondon; ambos suplicantes, moradores na freguezia de Santo Antônio de Itaverava que, para se mostrarem limpos de toda infecta nação e de sangue puro, sem mácula, necessitam justificar o seguinte: que o sargento-mor Francisco Coelho da Silva, nasceu na cidade de Lisboa, na freguezia de Santa Justa, filho legítimo de pais distintos que, por não padecerem desonra, logo que nasceu, o enjeitaram na roda dos enjeitados e daí foi dado a criar; estando se criando, foi reduzido ao poder materno por meios ornados de molde a não conhecer a maternidade; que depois de adulto, veio para o Rio de Janeiro, não voltou com o mesmo Capitão de Mar e Guerra, e aí tomou estado conjugal com a mãe do justificante, pessoa mui distinta, limpa de toda mácula de infecta nação: que, falecendo sua mulher, voltou para estas Minas e, na Freguezia de Casa Branca, confinante com a de São Bartolomeu, tomou estado conjugal com a referida dona Antônia de Siqueira Rondon, pessoa de sangue puro, estado e nobreza; que se ausentando da mesma freguezia de Casa Branca, foi habitar na sua fazenda da freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Prados; e em toda parte de suas habitações e fornecimentos que ele havia, sempre reputaram por homem branco, distinto, com ações de honra e brilho, sem mácula na pureza do sangue, nem raça de mouro, preto ou mulato, judeu, nem que cometesse crime algum contra a Santa-Fé Católica, nem jamais foi penitenciado pelo Santo Ofício que, no tempo em que o pai dos justificantes com a dita mulher e família, habitavam na Freguezia de Santo Antônio da Casa Branca; habitava vizinho na Freguezia de São Bartolomeu, certo homem com família e bens de fortuna que, sendo buscado por escravo do seu senhor de certa Ilha, remiu a sua liberdade de escravo, dando grande soma de ouro no mais oculto que pode para encobrir a infâmia do que depois, falecendo algumas pessoas, seus descendentes foram maltratados uns e outros privados, po cuja razão se ocultam seus nomes; os justificantes se rogassem perguntem as testemunhas, com toda a circunspeção pedem que na mesma freguesia de São Bartolomeu, houve antes o homem chamado João Cardoso Moreira, natural da Vila de Praia da Roma de Jesus, vivendo a título de livre, sendo escravo do padre João Cardoso Moreira, por que pedem a V.S. seja servido admitir os suplicantes a justificar o deduzido; mandando-lhes passar mandados de comissão para as Igrejas de Santo Antônio de Itaverava, Nossa Senhora da Conceição de Prados e justificar que seja, julgar-se por sentença.
E.R.M. 1799 . Por ordem do Revmº Pe. Ignácio Correia de Sá, Vigário Geral e Comissário do Santo Ofício, aos 12 de maio de 1799, se abriu o processo na casa do Revmº Vigário Colado de Itaverava, Pe. Manoel Ribeiro Taborda.
1ª testemunha – pe. José de Oliveira, natural de Torres Nova, do Patriarcado de Lisboa, com 83 anos de idade.
2ª testemunha – José de Souza Gandra, carpinteiro, natural da Ilha do Pico.
3ª testemunha – José Fernandes de Souza, solteiro, natural da Vila de São Pedro de Muritiba.”

Todos depuseram em favor dos suplicantes.
O mesmo processo se fez, também, na freguezia de Prados.
Os Albuquerques desta circunscrição resultam do casamento do capitão-mor Francisco Coelho de Albuquerque com Dona Ana de Souza.
Eles deixaram oito filhos e filhas, que deram origem aos Albuquerques de todos os municípios circunvizinhos, a saber:
F1- Francisco Bento;
F2- José Constantino;
F3- Felizardo;
F4- Thereza;
F5- Anna;
F6- Roza;
F7- Joana;
F8- João Francisco de Albuquerque.


JOÃO FRANCISCO DE ALBUQUERQUE:

O oitavo filho de Francisco Coelho de Albuquerque, João Francisco, em 1808, comprou a fazenda do “Bom Retiro”, entre as cidades de Santana, Itaverava e Queluz.
Em testamento aberto a 14 de janeiro de 1847, declara ter havido com
D. Antônia Joaquina de Jesus, os seguintes filhos:

N1- Thereza, já falecida cc Joaquim José Barbosa, pais de Silvéria cc Feliciano Pereira Santiago, negociante em Capela Nova em 1868.

N2- João Francisco de Albuquerque, segundo do nome, clérigo secular do Hábito de São Pedro, por dispensa da Sé Apostólica de “Defectus Nativitatis”, ordenou-se presbítero em 1829 e foi designado para capelão de Sant’Ana a 15 de setembro de 1856. Em seu testamento declara que, por fragilidade humana, deixou um filho:
Bn1- Cândido Virgolino de Albuquerque.

N3- Anna Maria de Jesus cc Francisco Teixeira de Siqueira.

N4- Maria Úrsula cc Antônio Lopes de Faria Júnior. Eram avós de Maria Cândida que foi casada com seu primo Coronel Benjamin Porfírio de Albuquerque.

N5- Evaristo José de Albuquerque.

N6- FRANCISCO COELHO DE ALBUQUERQUE – segundo do nome:
Nascido em 31.12.1815, na Fazenda da Várzea e falecido em Queluz de Minas, onde foi Negociante de Fazendas e de Molhados (1874), grande fazendeiro e comprador de terras, Coletor Geral Provincial até 01.09.1874 e chefe político – Vereador Suplente em 1849-1852 e em 1861-1864.
Foi pai de João Loureiro de Albuquerque, meu avô paterno.

N7- Florinda Rosa de Jesus cc Antônio Lourenço Baêta Neves.

N8- Antônio Coelho de Albuquerque, que não foi mencionado no testamento por ter sido deserdado por seu pai por motivo de haver se casado, em 1830, na catedral de Mariana com Cândida Carolina de Sant’Anna, filha do Capitão José Joaquim da Cunha e de Dona Anna Francisca de Souza, que não eram de “sangue azul”. Residiram em Mainarte, perto de Mariana, e depois regressaram ao torrão natal e moravam na fazenda que foi de seu pai: João Francisco de Albuquerque. Cerca de 1860, Antônio Francisco ou seria Coelho de Albuquerque, após sofrer o desgosto com sua filha Anna Francisca, mudou-se para Capela Nova, onde exerceu os cargos de charlatão, juiz de paz e subdelegado. Desse consórcio, nasceram, entre outros:

Bn1- Cândida Augusta de Albuquerque, casada em 1856 com Augusto César Rodrigues, filho de Elias Rodrigues Ferandes e de Feliciana Dias Moreira. Mudaram-se para Capela Nova, por volta de 1868.

Bn2-Maria Carolina de Albuquerque cc Antônio Dias Moreira, filho de Elias Rodrigues Fernandes e de Feliciana Dias Moreira.

Bn3- Felicidade, casada em primeiras núpcias com o farmacêtico Geraldo Lima e em segundas núpcias com Francisco de Tal, por alcunha “Funcho”.

Bn4- Maria da Glória cc com Serafim de Carvalho. Deixou os filhos:
Tn1- Philomena de Albuquerque cc José Rodrigues de Oliveira. Deixou prole. Entre os filhos, figura um néo-sacerdote, Padre José Antônio de Oliveira, pároco do Triângulo, em Ponte Nova.

Tn2- João Gualberto de Albuquerque, que residia no Estado do Espírito Santo e foi barbaramente assasinado por um bando de ciganos.

Tn3- Antônio Cândido de Albuquerque, vulgarmente conhecido por “Antoninho da Farmácia”. Casou-se depois de certa idade, com Maria Thereza, filha de Herculano de Souza Damasceno. Após sua morte a viúva se casou com um italiano por nome de Aníbal, o qual se transferiu para a Itália, levando em sua companhia os enteados.

Bn5- Anna Francisca, que, por fragilidade humana, teve um filho natural:
Tn1- Benjamim Porfírio de Albuquerque.

Bn6- Emília Mathildes do Paraiso cc João Henriques Pereira dos Santos, filho de Antônio Henriques Pereira e de Maria Francisca dos Reis.

Bn7- Francisco Barbosa, mais conhecido por Chico da Inhana, sogro de Leontino Gonçalves Barbosa.

Nota do autor: Estes dados foram possíveis graças à gentileza do senhor Allex Milagre, historiador em Conselheiro Lafaiete e foram extraídos do trabalho do padre José Duarte de Souza Albuquerque. Documentos originais se encontram arquivados na cidade de Mariana e em Belo Horizonte no Arquivo Público Mineiro.


FRANCISCO COELHO DE ALBUQUERQUE – SEGUNDO DO NOME

Nascido em 31.12.1815, na Fazenda da Várzea e falecido em Queluz de Minas, onde foi Negociante de Fazendas e de Molhados (1874), grande fazendeiro e comprador de terras. Coletor Geral Provincial até 01.09.1874 e chefe político – Vereador Suplente em 1849-1852 e em 1861-1864.

Ao que tudo indica, foi casado com Maria Carolina de Jesus (segundo Certidão de Nascimento de Romeu Guimarães de Albuquerque gentilmente cedida por Nicédia Guimarães – neta) e com Jacyntha Carlota de Sam Dâmaso, segundo consta em documento encontrado no Arquivo Público Mineiro.

Na data do segundo casamento, 27 de abril de 1955, João Loureiro de Albuquerque contava com 13 anos de idade. O fato se confirma quando analisamos a sua idade na data de seu falecimento (Certidão de Óbito) e registro no Jornal “Queluz de Minas” da época.
Assim, podemos inferir que seu pai, Francisco Coelho de Albuquerque, casou duas vezes.

Partitura de música pertencente ao Acervo de Niélciê Guimarães.
Fonte: Processo de Justificação de Bens de Francisco Coelho de Albuquerque- A. P.Mineiro.


CORONEL JOÃO LOUREIRO DE ALBUQUERQUE

João Loureiro de Albuquerque nasceu em 1842, filho de Francisco Coelho de Albuquerque, segundo do nome, e de dona Maria Carolina de Jesus.
Foi Agente dos Correios em Queluz até 1865, quando foi nomeado Administrador da Recebedoria de São José das Três Ilhas, antiga São José do Rio Preto de Minas.
Em São José casou-se com Mariana Guimarães, filha de Joaquim Cândido Guimarães e de Maria Benedicta Ribeiro do Valle. Depois, retornou para Queluz onde seguiu administrando os bens da família.
Em 21 de julho de 1900 foi nomeado Coronel Comandante da 48º Brigada de Cavalaria da Guarda Nacional da Comarca de Queluz, no Estado de Minas Gerais por Epitácio Pessoa.
Fonte : Documento original que faz parte do Acêrvo de Fúlvio de Almeida Guimarães.
Faleceu em 05 de outubro de 1905, em Queluz de Minas, aos 63 anos de idade."


Fonte do texto:
"Romeu Guimarães de Albuquerque e Queluz de Minas"
Fúlvio de Almeida Guimarães - Edição do Autor - 2010
www.queluzdeminas.com.br